O mundo dá voltas.

Há um ditado popular, que muito expressa o que acontece hoje na política nacional: o mundo dá voltas.

O atual mandatário máximo foi considerado como morto e sepultado na política, afinal passara 580 dias preso e seu nome estava associado a inúmeras irregularidades. Para muitos, ele havia chegado à aposentadoria forçada. Pensavam que suas palavras não mais ecoariam no cenário político.

O atual vice-presidente havia sumido da política. Pelo menos muitos pensavam isto. O político que iniciara sua carreira aos 18 anos vindo a governar o mais poderoso Estado da Federação por quatro mandatos, não mais tinha espaço no partido que fundou, o PSDB, e partiu para outras paragens. Entretanto, pouco ou quase nada se falava sobre ele no noticiário político. Também, para muitos, ele já teria vestido o pijama da inatividade.

Ambos, como uma fênix, renasceram das cinzas e, agora, comandam o Brasil.

O presidente não só mostrou fôlego para vencer a última peleja ao Planalto, como comanda o país com a inflação sob controle, tem à sua frente a provável aprovação do arcabouço fiscal e a perspectiva de obter a tão almejada reforma tributária. Isto apenas para citar avanços importantes no âmbito da economia nacional.

Na seara internacional, o presidente mostra seu prestígio e colhe frutos da confiabilidade que transmite, principalmente nas questões relativas à proteção ao meio ambiente. É claro que ainda escorrega em algumas questões delicadas, defendendo alguns líderes autocratas. Resquícios de uma esquerda desafinada com a atualidade.

Seu vice, não é apenas um “estepe”. Ao contrário, exerce a vice-presidência e comando o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Fato raríssimo na história da República brasileira. E nas viagens do presidente ao exterior ele toma “conta da lojinha”. Vem demonstrando sua famigerada habilidade política e faz questão de asseverar sua lealdade e admiração ao presidente. É verdade que no passado a relação não era tão amistosa, mas na política é assim.

Um senador, que diziam que almejava uma vaga na mais alta corte deste país, recentemente sabatinou o advogado que agora se tornou o mais novo ministro do Supremo Tribunal Federal, que defendia justamente o atual chefe do executivo federal. É verdade, o dito popular está certo, o mundo dá voltas.


Edson Miranda
Advogado, professor universitário e escritor